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Universo Digital

Aprendendo programação com Codecademy

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Se você é leigo em programação (como eu) o Codecademy é um projeto que ensina linguagens de programação de forma interativa. Tem HTML e CSS, JavaScript, JQuery e outros mais. Particularmente gostei muito do Codecademy, mas se você quiser outras disciplinas, existem outros sites bem legais e com conteúdo gratuito também, como o Khan Academy e o Veduca. Fikdik.

Uma DR de cinema

Fugindo do tema de minha coluna – quem mandou me entregarem a chave do Blog? – queria mostrar pra vocês esse fantástico trabalho de pesquisa que resultou em um vídeo onde um casal tem uma DR usando apenas títulos de filmes como texto do diálogo.

Seria Marco Feliciano um analfabeto funcional?

Não vamos discutir aqui os polêmicos posicionamentos do Pastor Marco Feliciano, isso é tema pra outro post. Mas que tal falarmos da cara-de-pau e total falta de humildade pra assumir um erro?

No dia 7 de fevereiro ele deu o tweet abaixo:

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Claro que a turma caiu em cima do nobre deputado, afinal criticar os usuários de redes sociais acusando-os de serem analfabetos funcionais enquanto escreve auto quando deveria usar alto é pedir mesmo pra apanhar.

Com a merecido repercussão Feliciano apagou o Tweet como pode ser visto no print a seguir. Percebam a ausência do tweet de número 6.

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Mas a internet não perdoa e o print já circulava na internet. E agora, o que fazer? Oras, sair por cima, claro.

O pastor inovou no “foi Hacker”. Sofrendo de excesso de covardia e falta de humildade ele saiu com essa:

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Pastor, uma dúvida: se as pessoas perceberam seu “engodo” e caíram na sua “trollagem” como eles podem ser analfabetos funcionais? Não seria caso para não terem percebido?

Cara-de-pau pouca é bobagem, hein?

“Você não está mudando nada com essa sua bunda sentada na cadeira!” [Coluna Universo Digital, por Eden Wiedemann]

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Quantas vezes você não viu esse argumento sendo usado em redes sociais como forma de agredir alguém a quem chamaram de ativista de sofá? Eu confesso que a usei algumas vezes. E assumo que hoje acredito que estava errado. Sim, mudei de ideia afinal quem tem ideia fixa é doido.

“Eu fui as ruas e você não!”. “Eu enfrentei policiais e tomei spray de pimenta na cara e você aí, nesse computador”. Bom, eu admiro que tem a coragem/disposição/possibilidade/oportunidade de ir as ruas ou mesmo de tomar uma atitude que julga mais eficiente para mudar o status quo de algo que ele acredita estar errado… mas até que ponto isso tem mais valor que tentar fazer essa mudança usando as redes sociais? Deixe-me contar algo a vocês. Há não muito tempo, discutindo com marqueteiros sobre o destino de uma das maiores campanhas políticas do país, ouvi a seguinte frase:

“Internet não representa nem 3% dos votos do Brasil. Não serve pra nada além de criar problemas. É o típico caso de jogar apenas pra não errar.”

Mas foi esse mesmo tipo de marqueteiro que quase caiu da cadeira quando pego de surpresa pelas manifestações que aconteceram no meio do ano. “Ninguém podia prever isso”, disseram. A visão tacanha deles não é diferente da de quem acha que só faz sua parte para mudança quem vai às ruas.

Além de deixar muito político nas cordas e gerar um mínimo de movimentação por parte do governo federal as manifestações – e sua ligação com as redes sociais – teve outro benefício. Elas fizeram milhões de pessoas – boa parte delas jovens que sempre afirmaram odiar a política – desenvolver algum grau de interesse político. Em uma epifania nascida no debate que se originou com as manifestações milhões de brasileiros descobriram que precisavam saber mais sobre os rumos do país, se envolver mais com a política e exercer melhor o seu DEVER de fiscalizar as gestões públicas.

Certo, passei a me interessar mais por política mas ainda não sei como mudar alguma coisa.

Vamos levantar alguns pontos interessantes.

1. 90% dos usuários de redes sociais dizem acreditar primeiramente em amigos.
2. 78% dizem acreditar mais em amigos que em especialistas.
3. O número de pessoas que acreditam em propaganda reduz a cada dia.
4. O brasileiro tem em média 216 contatos no Facebook e 273 se somarmos todas as redes.

Levantei esses dados só pra poder fundamentar uma afirmação: você é o melhor veículo de comunicação que existe. Apesar de seu alcance ser limitado, seu poder de conversão é infinitamente superior ao dos demais meios.

Agora ficou fácil…

Não fica complicado entender qual a importância de um ativista de sofá no processo de mudança do país. As eleições estão vindo aí. Em 2014 você vai poder eleger senador, deputados e o novo presidente da república. E, aviso, os marqueteiros estavam errados – e hoje eles sabem disso. Vocês, militantes e eleitores conectatos, influenciam bem mais que os 3% que eles tacanhamente acreditavam.

Os políticos apelam para fakes e ectos – matéria para a próxima coluna – e para militantes radicais nas redes tentando angariar votos ou, na maior parte dos casos, atacar o adversário de toda forma que puder (se não posso ganhar votos ao menos vou tirar votos deles). Pura perda de tempo. Fazem volumes de citações negativas e positivas que só servem para fazer número em relatórios e agradar candidatos que claramente não entendem NADA de redes sociais. Os perfis fakes e os ectos não tem relevância ou credibilidade e os militantes só tem discurso e não tem diálogo. Eles não convencem ou convertem, apenas atrapalham.

Se você quer fazer a diferença não precisa necessariamente sair as ruas gritando palavras de ordem. Vocês podem influenciar quase 80 milhões de brasileiros a votar de forma consciente e ajudar a mudar a cara do país. O meu conselho? Não deixe pra fazer isso na véspera das eleições quando a cacofonia eleitoral deixará as redes infestadas de informações duvidosas, comece de agora. Escolha suas bandeiras, identifique quem as representa, estude essas pessoas, estimule o debate, participe. Faça críticas, cobre respostas, convença seus amigos da importância daquilo que acredita. Mas faça isso sem agressões, sem disputas abobalhadas.

Deixe de lado a bandeira do partido, levante a bandeira das causas. Você pode fazer a diferença, acredite, mesmo com a bunda sentada no sofá.

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“Se está na web então deve ser verdade” | Coluna Universo Digital, por Eden Wiedemann

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Hoje são quase 100.000.000 de brasileiros na internet. Segundo os últimos dados quase 80 milhões estariam nas redes sociais. Vocês conseguem imaginar o fluxo de conteúdo gerado por essas pessoas? Eu vou dar um exemplo. Apenas em 2011 circulou na internet mais informação do que a humanidade produziu em toda sua história de 2008 pra trás. É, isso mesmo. Em uma ano apenas. Mas se olharmos além do fluxo vamos chegar a um outro ponto talvez ainda mais perigoso. Estamos em uma era de personas digitais imagéticas. Pessoas que consomem apenas a imagem e o título, sem se aprofundar no conteúdo – quase nunca checam a origem. E sim, isso é um problema.

O sistema é relativamente simples.

Ao ser impactado por uma mensagem, ainda como target, a pessoa assume uma postura que pode ser positiva, neutra ou negativa. A neutra raramente causa algum tipo de reação, por isso vamos descartá-la. Já a positiva ou a negativa podem acionar um gatilho que transforma o target em veículo e o faz compartilhar um conteúdo levando-o adiante, impactando também o restante de sua rede. Chamamos isso de viralização. Um dos grande segredos desse tipo de postagem é explorar uma tensão social, mexer com algo que certamente fará com que as pessoas assumam uma posição positiva ou negativa, ou seja, o exagero, a exploração do absurdo, é uma constante.

Mas onde está o problema?

Está no fato de não checarem a origem ou veracidade do fato. Se você está na internet certamente foi impactado pelo vídeo do assaltante que foi baleado pelo policial ao tentar roubar uma moto. O vídeo causou um furor na internet atingindo 2 milhões de views em apenas algumas horas. E, claro, despertou todo tipo de debate. De um lado os defensores do “bandido bom é bandido morto”, do outro aqueles que defendem que o criminoso também é vítima. Bom, é um debate que não pretendo estender aqui já que não é o cerne da questão. A questão é que o fato gerou uma clara tensão social e com memes, piadas, montagens e notícias falsas que estão sendo compartilhadas em um volume fora do comum nas redes sociais. Quanto maior a tensão, maior os compartilhamentos, quanto maior os compartilhamentos mais pessoas que não checam a origem das notícias são impactadas e mais o conteúdo falso ganha corpo. É um circulo que se retro-alimenta.

Hoje recebi um inbox com o link de um post e uma única linha que dizia “Maria do Rosário, secretária nacional de direitos humanos, mas pode chamar de idiota”. O link é para uma matéria onde, mais uma vez, todos os clichês são explorados numa clara tentativa de explorar uma tensão social e fazer com que a notícia ganhe corpo. E funcionou. Minha TL está repleta de compartilhamentos da notícias e a maior parte dos comentários nesses posts não faz a menor ideia de que se trata de um site de notícias falsas. Sim, notícias falsas.

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Isso não é exatamente novidade. O Cocada Boa, do Mister Manson, já enganava jornalistas e pautava veículos com notícias absurdas no início do surgimento dos blogs no país. Ainda hoje o Diário Pernambucano, G17, Bobagento e Jornal Verdade fazem o mesmo. É interessante dizer que a maior parte deles não tem como objetivo prejudicar ninguém, apenas buscam o humor pelo humor aproveitando a oportunidade para pregar peças nos desavisados e com a exploração de temas “quentes” ganhar algumas visitações e, consequentemente, alguma dinheiro.

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Entretanto é preciso observar que nem sempre a coisa funciona dessa forma. No caso da Maria do Rosário o humor pode ter consequência funestas. Ao colocar na boca da Ministra frases como “O pior não é nem o ato em si, a violência gratuita praticada pelo policial. O que é mais chocante é a reação das pessoas, habituadas à cultura da violência, acabam reproduzindo o discurso elitista, reacionário, neo-liberal e fascista de que bandido bom é bandido morto” a brincadeira toma ares perigosos. Pela exploração da tensão social – ok, já repeti demais o termo – o artigo ganha alcance e com essa alcance é vendida uma imagem deturpada de alguém que não tem nenhuma relação real com aquilo que é exposto. O texto é compartilhado, gera milhares de impressões, e poucas pessoas vão perceber o absurdo por trás daquilo que é dito ou vão identificar que se trata de um site de humor. Dessa forma a imagem de “idiota” se propaga e pode ficar vinculada à Ministra. Para terem ideia o post já passou dos 12 mil likes e mais de 1180 comentários.

E de quem é a culpa afinal?

É do blogueiro que ao escrever o artigo não pensou no problema que poderia causar – e que pode ser processado por isso? Até que ponto ele é responsável pelo problema que causa a um terceiro? Não vou entrar na discussão do que pode ou não pode dentro do humor, não acho que seja pauta pra agora. Mas acredito que o maior responsável pelo problema seja a dinâmica atual de consumo e compartilhamento de conteúdo que ajudam a criar uma preocupante rede de desinformação. Sim, desinformação afinal a maior parte das pessoas que leram o artigo não se “divertiram” com a leitura – isso estaria exposto nos compartilhamentos. A maior parte deles apenas chocou-se com as falsas declarações que leram e as quais agora vinculam diretamente à alguém que não as disse.

O mais assustador é que não enxergo uma mudança dessa dinâmica a curto ou médio prazo. Pra uma rede de compartilhamento de conhecimento isso é um imenso contra-senso.

Fica o tema pra discussão e até o próximo texto sobre nosso querido universo digital.