Na metade do meu sonho

Quando eu tinha 22 anos a realização dos meus sonhos era tão palpável quanto o boleto do meu apartamento alugado. Não havia dúvida ou medo. Eu tinha as ferramentas, a vida toda pela frente e a pressa típica da juventude. Lembro de olhar o mapa e traçar uma meta de 80 países. Um número que considerava um “mínimo honroso”, algo que eu certamente superaria em pouco tempo. Mal sabia eu como sonhar é difícil.

Hoje tenho 36 anos e conheço 40 países. Estou na metade do meu sonho. O tempo passou rápido, mas os carimbos no passaporte vieram bem devagar. O boleto do meu apartamento alugado continua sobre a mesa e outros novos surgiram. Ainda há muito para fazer e às vezes sinto medo de não cumprir a promessa. Eu sonho há tanto tempo e só cheguei na metade do que a arrogância da minha juventude chamou de “mínimo honroso”.

Esse é meu aviso para você: sonhar dá um trabalho enorme, por isso comece logo. Não negue a si mesmo essa chance. O preço de sonhar é alto, mas mesmo um sonho pela metade é melhor que abrir mão de tentar.

O que alcancei ainda não é tudo que almejei, mas já me enche de dignidade. Se eu partisse agora é certo que não estaria satisfeito, mas me sentiria orgulhoso. Talvez eu nunca chegue lá, mas talvez eu vá a 120. Eu ainda tenho as ferramentas. Você também.

Feliz ano novo!

Pedro Schmaus