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Cinema & Séries

Crítica Quarteto Fantástico ≈ Cine Verité por Rafaela Gomes

Expectativas costumam ser uma espécie de termômetro para grandes produções. Dependendo da repercussão que o filme em questão gera na mídia, nosso entusiasmo vai crescendo vertiginosamente, podendo se tornar até tóxico e gerar um efeito reverso. Aquele de que o que nos foi prometido não foi entregue, nos deixando à deriva, naquele vazio terrível chamado frustração. Não que o novo “Quarteto Fantástico” tenha alimentado isso em nós como outras adaptações de super-heróis, mas o fator “reboot” foi crucial. Afinal, a última lembrança que temos não é nada agradável.

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E, honestamente, o reboot de 2015 é realmente melhor do que o apresentado há exatos 10 anos. Mas isso também não serve como trunfo para alavancar a produção para o hall de grandes adaptações de quadrinhos. A Fox parece não acertar a mão em se tratando desse quarteto de heróis e quando soluciona uma parte do problema originado em 2005 (maturidade na abordagem da história), ela peca no desenvolvimento da trama.

Enquanto em 2005 “Quarteto Fantástico” se perde em um conto cheio de falhas em relação ao material original, efeitos especiais medianos e uma história um pouco ‘infantilóide’, em 2015 os produtores parecem estar cheios de dedos, receosos de não apresentar os personagens corretamente e repetir o erro. Tanto preciosismo acabou resultando em uma produção que explica demais, nos levando por mais de uma hora afoitos por algo que vá além do “era uma vez”.

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O efeito introdutório percorre toda a produção, tornando-a arrastada em alguns momentos. A falta de equilíbrio em apresentar os personagens (que começou muito bem no início) e em desenvolver uma trama com maior impacto torna o filme superficial. E não se trata de trazer qualquer artifício ‘cult’ demais para tentar gerar uma falsa sensação reflexiva no público, afinal estamos falando de uma adaptação de quadrinhos leve. Se trata, de fato, em aprofundar a trama em níveis de ação, chegando ao limite máximo imposto pelo PG-13.

E talvez esse tenha sido um dos grandes problemas. As limitações que a classificação PG-13 impõe sobre as produções podem prejudicar o desenvolvimento da trama, impedindo que a história siga com uma continuidade melhor. Além disso, estamos diante de um filme onde o grande chamariz, as cenas de ação impactantes, é ofuscado por esse péssimo desenrolar. Ao longo das duas horas não encontramos uma cena capaz de tirar o fôlego e eletrizar o público. É tudo muito superficialmente abordado.

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Ainda assim, a chegada do clímax de “Quarteto Fantástico” alimenta em nós aquela sensação de que talvez o melhor esteja sendo guardado para o final, mas nem o “grande momento” da produção atinge seu cume mais alto. Somos novamente deixados à deriva, no limbo da frustração.

De todas as falhas presentes no recente reboot, talvez uma das mais conflitantes para o público entendedor de cinema é o mau aproveitamento do elenco. Desta vez, “Quarteto Fantástico” nos apresenta jovens atores de peso com currículos valiosos (Michael B. Jordan é o “menos” experiente, mas talentosamente assume o protagonismo no spin-off “Creed”). Com Kate Mara (Mulher Invisível), Miles Teller (Senhor Fantástico), Michael B. Jordan (Tocha Humana) e Jamie Bell (Coisa) em mãos, a dinâmica entre os atores poderia ter sido mais bem explorada, considerando o viés dramático presente na carreira do quarteto de atores.

Próximo ao fim do filme, vamos descobrindo da pior forma que a trama não tem mais para onde caminhar e que a produção se resume parcialmente no que vemos nos trailers divulgados. Nossa expectativa é derrubada ferozmente com um encerramento fraco, que não nos deixa entusiasmados ou se quer intrigados para o que poderá vir nas próximas continuações. Isso se elas realmente acontecerem.

Montanha de GOT ganha título de peso na Europa

Lembra do Montanha de Game of Thrones?

Pois então, além de ser ator o cara vive como atleta para competir nas etapas do campeonato do Homem Mais Forte do Mundo!

Recentemente, Hafthor Júlio Bjornsson se tornou o Homem Mais Forte da Europa (seletiva da etapa mundial)  e além disso estabeleceu um recorde pessoal no levantamento terra de impressionantes 450 quilos.

É a segunda vez que Hafthor ganha o título de Homem Mais Forte da Europa.

Confira como foi o desempenho do Montanha de GOT na competição;

 

Saiba mais sobre os personagens da série

Crítica Pixels ≈ Cine Verité por Rafaela Gomes

A nostalgia oitentista está ai, mais viva do que nunca. Nos últimos três anos temos vistos muitas paixões da época voltarem ao cinema, de uma forma ou de outra. Seja com a animação “Detona Ralph”, feita para crianças, mas atraente mesmo para adultos, seja com remakes de clássicos adorados e até então intocados, como “Robocop” e “Os Caça-Fantasmas” (ainda em pré-produção). A época está em alta. Todo mundo quer tirar uma casquinha dos anos 80 e qualquer produção que traga algum vestígio, sombra ou gostinho dos maneirismos da época, ganha nossa atenção. Quem nasceu ou cresceu nesta década entende melhor do que ninguém por que fomos atraídos para assistir a mais nova produção de Adam Sandler, “Pixels”.
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Diante do trailer, não sabemos muito bem do que “Pixels” se trata. Existe um tom apocalíptico e viés oitentista, mas nada além disso é explicado ou melhor explorado no curto tempo. E, de fato, não necessariamente existe essa necessidade de soar explicativo em um trailer. E como produções que seguem a linha apocalíptica também estão em alta (“Jogos Vorazes”, “Elysium” e “Oblivion”), Adam Sandler conseguiu nos cativar sem dizer nada. Talvez também porque o filme não tenha nada a dizer.

Dentro da trama, o mundo se torna uma enorme tela de fliperama, onde o alvo é a dizimação do planeta e, consequentemente, da raça humana. O futuro está nas mãos dos Arcaders, os jogadores de fliperama Sam Brener (Adam Sandler), Ludlow Lamonsoff (Josh Gad) e Eddie Plant (Peter Dinklage), com o apoio da coronel Vanessa “Van” Pattern (Michelle Monaghan) e do presidente William Cooper (Kevin James). Com a expertise desses personagens, eles vão lutar contra os mais populares jogos do Atari, Galaga, Frogger, Space Invaders, Pac-Man, Centopeia e o clássico da Nintendo, Donkey Kong.

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Como comédia, a produção não entrega momentos extasiantes, onde nos perdemos com tantos risos e momentos realmente engraçados. Ela possui seus vislumbres cômicos, alguns breves espaços no tempo onde nos divertimos, mas não segura esse ritmo até o final. Por se tratar de um filme composto única e exclusivamente por referências, tais memórias deveriam reativar aquele sentimento nostálgico que os nascidos e crescidos nos anos 80 carregam em si.

Cada lembrança, cada sacada oriunda da época deveriam nos levar de volta a uma deliciosa epifania, mas não é o que acontece. As piadas são um tanto vazias e não exploram com maior profundidade os maneirismos da época que até hoje ecoam por seu simbolismo. Como dito anteriormente, são vislumbres. Momentos que poderiam ser hilários, mas que não passam de engraçadinhos.

As referências em si são divertidas e contribuem para a experiência nostálgica no cinema, ainda que em linhas gerais ela seja fraca. Por se tratar de games muito famosos e que possuem um papel fundamental na construção cultural de toda uma década e geração, a comédia se firma nesse aspecto e talvez seja isso que faça com que alguns realmente aproveitem o filme em sala. Afinal, estar diante de clássicos pixelados em uma época onde os consoles cabem no bolso desperta uma sensação gostosa da infância que as gerações atuais perderam. E como todos temos uma válvula nostálgica, recordar é sempre viver.

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Mas a ideia do filme é muito boa, pois parte da premissa que une dois elementos exageradamente usados no cinema hollywoodiano atual e os satiriza, à medida que serve como um banquete nostálgico, para o deleite dos mais velhos. O problema está na execução dessa teoria, que não foi tão bem feita. Talvez a sombra que tem acompanhado os últimos filmes de Adam Sandler (ruins de bilheteria, sacadas cômicas e arrecadação) tenha pairado sobre “Pixels”, tornando a comédia, que tinha tudo para dar certo, em um filme que falha no principal ponto, que é ser realmente engraçado.

Ao final de tudo, estamos diante de uma produção que não extrai o melhor de nós, tão pouco entrega o melhor de si. Saímos da sala meio alheios ao que vimos, sem saber exatamente qual foi a sensação mais forte que sentimos: nostalgia, graça ou a falta dela. Com piadinhas bobinhas, “Pixels” é mais um filme meia-boca de Adam Sandler, que tinha tudo para ser realmente divertido, mas nos deixou à deriva, esperando pelo grande momento hilário. Na ficção, o mundo pode até ser salvo, mas na vida real, o comediante, que possui no currículo uma ótima trajetória iniciada com Saturday Night Live, está mais morto que os nossos amados clássicos oitentistas estão para a atual geração.

Crítica Homem Formiga ≈ Cine Verité por Rafaela Gomes

De todos os heróis da Marvel, é certo que o “Homem-Formiga” não faz, tecnicamente, parte do hall de estrelas, como aqueles personagens que figuram o imaginário infantil, que despertam o espírito e desejo heroico e que caem no gosto quase instantâneo do público geral. Sua história é mais uma da leva de criações do adorado Stan Lee e de todos os seus trabalhos, este talvez seja um dos que menos se destaca. Até agora.Homem-Formiga

 

A Marvel Studios entendeu a forma como deve trabalhar com seus personagens e desde os “Guardiões da Galáxia”, uma das grandes surpresas de 2014, parece ter encontrado a fórmula perfeita para fazer filmes divertidos, um tanto despretensiosos e que agradam diversos nichos simultaneamente.

Com “Homem-Formiga” a história se repete. O estúdio trouxe da estante empoeirada com inúmeros quadrinhos pouco populares o menor personagem de seu leque (literalmente) e conseguiu fazer de uma figura classificada como “underdog”, um herói que abraça sua reputação menosprezada e transforma isso em um trunfo com momentos cômicos tão naturais, que nos indagamos porque demoraram tanto para trazê-lo às telas.

E talvez a resposta a essa pergunta seja respondida com um nome: Paul Rudd. A escolha do ator para interpretar Scott Lang já dava traços do viés optado pelo estúdio quanto à roteirização e tom do filme, mas vê-lo em cena encarando um herói irreverente e que foge os padrões aos quais estamos mais acostumados, é ainda mais saboroso. A princípio, nenhum outro nome vem à mente para fazer com tanta sutileza e leveza o que Paul fez.ant-man-trailer-2

Ser um dos quatro roteiristas do filme também fez de “Homem-Formiga” uma produção com a cara do ator. Ele trouxe vestígios do seu humor despretensioso e provavelmente assina as melhores sacadas que vemos em cena. O entrosamento com o elenco é extremamente natural e somos apresentados às figuras caricatas como Luis (Michael Peña), que traz todos os maneirismos e linguajar mexicanos, sendo um dos grandes elos que dita o ritmo do filme.

Ao abraçar as limitações de seu personagem, considerando a opinião pública de que “ele é um herói sem muita moral”, a Marvel traz um equilíbrio, que segue a mesma vertente mostrada anteriormente com “Guardiões”, mas por outra perspectiva. Para que a seriedade das cenas de luta não gerassem sentimentos dúbios naqueles que pouco se apoiam no herói como um personagem forte, o filme contrabalanceia esses momentos, lembrando o espectador que o Homem-Formiga não, necessariamente, precisa ser levado tão a sério, mas ainda assim sustenta lutas impactantes aos nossos olhos.

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Para dar sequência nos esforços em unificar todas as histórias trazidas aos cinemas, o Marvel Cinematic Universe (MCU) está ali, nos lembrando de que o estúdio não dá ponto sem nó e que, de fato, os diversos personagens possuem um ponto de impacto em algum momento, aquele encontrão, o famoso crossover. E quando acontece no filme, é revigorante.

Com roteiro bem simples e efeitos especiais poderosos (principalmente nas cenas de ação), “Homem-Formiga” conquista o público com sua naturalidade e humor, à medida que entra para o hall seleto da Marvel como um herói capaz de sustentar sua própria produção sem apresentação prévia em outro blockbuster. Paul Rudd conquista os corações daqueles que ainda não o conheciam, Michael Peña se imortaliza como aquela caricatura fiel e divertidíssima da personalidade latina e o público, mais uma vez, é presenteado com uma ótima experiência no cinema. E para não perder o costume, resista à vontade de ir ao banheiro e espere pelas duas cenas extras nos créditos. Vai valer muito a pena.