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Cinema & Séries

Crítica Vingadores ≈ Cine Verité por Rafaela Gomes

Criação vs. Criador

O problema da inteligência artificial é incrivelmente o mesmo problema do ser humano: ego. Aparentemente um problema apenas nosso, o pequeno termo – que engloba aspectos enormes – é sempre a raiz da revolução das máquinas no cinema. É aquele momento clínico e rápido onde a tecnologia entende o princípio humanoide que rege o orgulho, a cobiça e o poder. Mais uma vez, o ego.

Se fossemos chatos de galocha incapazes de ativar o botão “suspensão de realidade”, diríamos que é improvável. “Máquinas são programadas. Não pensam, não idealizam. Reproduzem comandos”. Esqueça isso. Em se tratando de universo cinematográfico e artístico, o único problema sério é a falta de criatividade. E em “Vingadores – Era de Ultron”, temos ela de sobra, em uma trama que leva os mais atenciosos a uma compreensão humana verídica, dentro de uma era fictícia deliciosamente apocalíptica.

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O centro do 11º episódio da MCU (Marvel Cinematic Universe) é justamente um conceito que explodiu com “O Exterminador do Futuro”. Que é quando a tecnologia, que viria a ser a arma mais poderosa a favor da vida humana, se vira contra ela em busca da sua vingança utilizando o mote clássico que vem desde 1818 com Frankenstein. A ideologia ao redor de Ultron é impecável, seu conceito criado por Tony Stark funciona. Mas na prática não. E quando temos uma máquina sem quaisquer aspectos humanos que possam gerar em si sentimentos pacíficos (como é o caso de Vision), a frieza de sua composição vem à tona e nos mostra a descontrolada briga entre criação e criador.

E a forma como Joss Whedon roteiriza esse conflito tão popular é onde a joia preciosa de Vingadores se encontra. Ao invés de optar pelo tradicional confronto partindo apenas do pressuposto que Ultron rejeita qualquer comando (ainda questiona J.A.R.V.I.S por se reportar assim) e quer ser um deus, o quadrinhista, produtor e cineasta especialista em ficção científica suspende parte do seu universo favorito e traz um pouco do cuidado e valor cristão. Para contextualizar a premissa original do ego, Whedon volta à Bíblia e faz referências que apenas os adeptos ao livro entendem.

Ao pegar a origem do ego, quando o anjo de luz Lucifer (criação) se volta contra Deus (Criador), questionando sua soberania, Joss Whedon faz um paralelo entre a motivação da trama apocalíptica de os Vingadores e o princípio que fez Lucifer ser expulso do paraíso e se tornar o maior destruidor da vida humana (de acordo com os escritos bíblicos).

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Vazou na net o trailer de “Batman vs. Superman”

Foi isso mesmo que você ouviu, Batman vs. Superman, um dos filmes mais aguardados por qualquer nerd que se preze. Simplesmente assista:

– Diga-me, você sangra? Vai sangrar.

Achei muito interessante essa pegada do Superman indo pro lado negro da força, (é isso Arnaldo?). Esse filme será um dos melhores filmes de super heróis ou uma grande merda. Vamos aguardar.