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Y The Last Man – Amor e relacionamentos nos quadrinhos | Comics Addicted #8

modelo_new_azul.jpg y03Esta coluna era pra ter outro assunto: a homossexualidade nos quadrinhos e a caça às bruxas nos anos 50. Mas as vezes alguma situação provoca um tipo de reflexão quando menos se espera, e é impossível não descarregar isso em forma de texto. Comecei a reler “Y The Last Man”, uma vez que a série se aproxima de seu fim, e me surpreendeu a maneira completamente distinta que me afetou desta vez. Somente agora fui capaz de perceber a grande carga de sensibilidade e melancolia oculta em uma premissa que, a primeira vista, pode parecer extremamente chauvinista.

Batman – O Messias | Comics Addicted #7

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Algum tempo atrás um leitor aqui do site entrou em contato comigo por e-mail, perguntando minha opinião sobre scans de hq´s. Sinceramente não me sinto muito confortável para dar um parecer sobre isso, até por ser um assunto relativamente novo e que pode causar mudanças na maneira como consumimos quadrinhos. A principal conduta que procuro ter é: se é algo que não foi publicado e não tem previsão para tanto em bancas brasileiras, baixo, leio, recomendo (ou não) e até passo os links. Mas acho um pouco complicado incentivar o download de algo que está ali, tão perto, em uma banca, esperando para ser folheado. Não sou contra os scans, muito pelo contrário, eles servem pra se atualizar em uma cronologia complicada nas revistas de série, ou para entrar em contato com um material bacana sem desenbolsar os R$50,00, R$60,00, muitas vezes pedidos por um encadernado de material inédito. Afinal como vou saber se vale a pena? –Baixo uma edição e se me interessar compro a revista, afinal nada se compara a ter uma edição em mãos, sem o brilho da tela do PC, podendo levá-la para todos os lugares e ler quando bem entender. Os scans podem tanto ser um meio de divulgação perfeito para quadrinhos, como também podem representar a ruína da indústria, tudo depende de nossa responsabilidade com o trabalho autoral.

As boas, velhas e longas Maxi-séries | Comics Addicted #6

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Podem me apedrejar a vontade, pois tenho duas confissões a fazer. Primeiro, gosto muito mais da DC do que da Marvel. E segundo, adoro maxi-séries. Isso mesmo, adoro aqueles selinhos nas capas das revistas mensais, mostrando que todas as histórias estão interligadas e têm alguma relevância (por mais que quase nunca tenham). Ainda lembro quando aos 10 anos de idade avistei em uma banca de jornal um exemplar empacotado do “Planeta Diário” com a manchete: “Terra para os invasores: Caiam Fora”. Essa edição fictícia do maior jornal de Metrópolis acompanhava o primeiro número da maxi-série Invasão! da DC Comics aqui no Brasil. E não era só a capa do jornal. Dentro haviam matérias explicando a origem das 9 raças de invasores e a cobertura do início da guerra entre humanos e extraterrestres. Pode até parecer bobagem, mas para uma criança era como estar imerso naquele universo e só restava esperar a primeira leva de cruzadores Domínions aparecer no horizonte. E não existia nenhum super-herói brasileiro (a Fogo não conta!). Fiquei bem preocupado.

O resultado dessa primeira compra é uma coleção razoável de gibis e quase 16 anos acompanhando quadrinhos. Apesar de todas as críticas, sempre gostei desse tipo de história, com enredo raso como um pires, mas com personagens transbordando para fora de cada página. Provavelmente resquício dessa primeira compra por impulso. Mas o fato é que ultimamente as duas maiores editoras americanas, Marvel e DC, parecem lançar uma maxi-série atrás da outra, todas prometendo reformular, redefinir, organizar ou bagunçar os heróis de seu catálogo. Mas vamos do começo.

Miracleman – Nada se cria, tudo se copia | Comics Addicted #5

modelo_new_azul.jpg Miracleman 01No início dos anos 80 um personagem pouquíssimo conhecido trouxe aos quadrinhos várias revoluções narrativas, elevando os quadrinhos de super-herói ao um nível dificilmente alcançado anterior e posteriormente. Temas como realidade virtual, indução de memória, troca de corpos, universos paralelos, entre outros foram introduzidos de forma genial em um personagem que até então era uma caricatura dos super-heróis americanos. Miracleman é um dos personagens marcantes na carreira do gênio recluso Alan Moore, e para entender sua história é necessário voltar ao final dos anos 30.

O lançamento da primeira aventura de Superman em Action Comics 1, de 1938, provocou um verdadeiro alvoroço entre os jovens no final dos anos 30. Os Estados Unidos passavam por uma grande depressão econômica, o que acarretou em milhares de desempregados e famintos por todo o país. Neste momento surgem os super-heróis, seres poderosos e imbatíveis, tudo o que os americanos não se sentiam naquele momento. Apesar disso, os roteiros das histórias ainda se baseavam muito na narrativa dos antigos pulps, quadrinhos basicamente detetivescos (prova disso é o próprio nome da editora DC que vem de Detective Comics), e mesmo o Superman, que possuía uma origem embasada na ficção-científica, acabava sempre desvendando crimes de gangsters, os vilões mais comuns naquela época.

O Homem-Aranha e seu pretinho básico | Comics Addicted #3

modelo_new_azul.jpg comictuha_1.jpgSe existe alguma coisa que rivaliza em importância com os poderes de um super-herói, certamente são suas roupas. Por mais maravilhosos que sejam os dons de qualquer personagem, não dá simplesmente para sair por aí usando jeans e camiseta ao prender bandidos. E no dia da estréia de Homem-Aranha 3, todos estão reparando justamente neste aspecto da história de Peter Parker: sua famigerada “roupa negra”.

Criado em 1962 por Stan Lee e Steve Ditko, com auxílio do lendário Jack Kirby nos primeiros esboços, o escalador de paredes estreou já com seu uniforme clássico, um misto de azul com vermelho, coberto de teias negras (o tecido foi provavelmente comprado em uma ponta de estoque pós-halloween). Vale lembrar que ao contrário da história mostrada nos cinemas, nos quadrinhos a teia do personagem não é produzida por seu corpo mas sim resultado de uma fórmula desenvolvida por Peter. Com este visual, o Homem-Aranha continuou combatendo o crime por quase 30 anos, até que, no final dos anos 80, participou de um grande evento no universo da editora Marvel chamado Guerras Secretas.

A morte do Sonho Americano | Comics Addicted #1

modelo_new_azul.jpg civwartub1.jpgA imagem que estampa a capa de Captain America 25, lançada no início de março, nos Estados Unidos, não poderia ser mais emblemática. A luva ensangüentada, e ainda presa por uma algema, descansa, sem vida, sobre um jornal que estampa a notícia: “A Morte do Sonho”.

Com uma estratégia de divulgação brilhante, a revista chegou até as comic shops americanas com sucesso garantido. No mesmo dia de seu lançamento, o site de um dos jornais de maior circulação no país, o New York Daily News, trazia a notícia da morte deste que é um dos maiores ícones da cultura pop norte-americana: o Capitão América. Não tardou para que todas as agências de notícia através do globo reproduzissem a manchete, criando um dos maiores estardalhaços já vistos, em torno de uma história em quadrinho.