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Japão em 2 Minutos – Coisas curiosas do dia-a-dia 4

Fala galerinha!
Como o prometido no vídeo anterior, eu havia gravado e postado no canal o vídeo em que eu respondo perguntas dos leitores.
E como estava na descrição do vídeo, eu iria coloca-lo junto com o próximo JP2M.
Assista esse vídeo. Algumas dúvidas suas, podem ser respondidas nele.
Se tiver mais, não se acanhe em perguntar nos comentários daqui ou do vídeo. Na medida do possível te responderei.
O vídeo está dividido em duas partes.
Abraços!

Parte I

Parte II

Ok Computer, Kafka, Jung e uma década e meia

Há exatos 15 anos, em junho de 1997, veio ao mundo um acontecimento universal em formato de álbum (coisa mais ultrapassada, eu sei) chamado OK Computer, de uma certa banda de Oxford, Inglaterra, batizada com o homônimo de uma canção dos Talking Heads, Radiohead. Parecia só mais um disco de rock a ser incensado pelos críticos, pois feito por uma das bandas hype do momento, fervilhamento oportuno do chamado brit-pop. Parecia. Mas era muito mais.

Daqueles raríssimos insights/instantes na arte que determinam clássicos, a obra conseguiu captar e transformar em acordes, letras e melodias a essencial e quase imensurável angústia de uma geração nascida nos anos 1970, criança nos 1980 e que viu-se cheia de promessas não cumpridas nos 1990. Todo mundo iria ser rico ou famoso ou os dois.

Um tempo em que os meios de comunicação prometiam maior interação com seu público – aos menos aos mais abastados (e aqui estamos falando do Brasil) – por meio de programação e publicações segmentadas e pagas. A técnica em design gráfico e as aplicações práticas das novas tecnologias começavam a atingir aqueles 80 metros finais de escalada, próximos de onde ou as coisas dão certo ou vai tudo pras cucuias e todo mundo morre. Pra nós, nem internet havia direito ainda. No primeiro mundo também não era essa maravilha toda não, apesar de alguns anteciparem o que viria a reboque de tudo isso. É nesse interstício que vamos encontrar o homem responsável por estas linhas e as que seguem.

No mundo físico, dentro da tradicionalíssima Universidade de Oxford, entretanto, as promessas haviam sido redimensionadas e todo mundo já sabia aonde poderia ou deveria chegar. Todo mundo, exceto um tal de Thomas Yorke. Esse, outsider por excelência, havia saído há pouco de seu curso de literatura inglesa e lançado dois outros discos com sua banda, mas algo vinha mudando explicitamente dentro dele desde o segundo álbum, o também perfeito The Bends.

Na sincrocinidade junguiana – sem esquecer nunca os conceitos retirados dos estudos de seu mestre, Freud –, podemos torcer o conceito até atravessar (não sem cicatrizes, e não, não vou situar coisíssima nenhuma) o belo hegeliano, chegar às excelentes divagações literário-filosóficas de Walter Benjamin acerca da clarividência de certos artistas e irmos parar em Franz Kafka. Sim, mas não na história do inseto, mas num outro volume de textos curtos intitulado “Um Médico Rural e outros contos”. E dentro dessa salada toda, temperada ainda por Douglas Adams e Herman Hesse (citados pelo próprio Thom Yorke àqueles tempos), entender o que gerou a mescla de sonho, pesadelo, inconsciente próprio e desamparo/consciente-coletivo chamado (só a ironia salva) Ok, Computer.

Himalaia: o teto do mundo flagrado ao descoberto

A cordilheira do Himalaia, a mais alta cadeia de montanhas do planeta, flagrada da Estação Espacial Internacional pelo astronauta André Kuipers.

Desse distante ponto de observação, percebemos como a tênue camada daquilo que chamamos de atmosfera, ou todo o ar que respiramos, deixa exposta a cadeia de montanhas com centenas de picos com mais de sete quilômetros de altitude. Ainda há ar por lá, mas um ar tão ralo que não pode abrigar cidades humanas permanentes. Ninguém mora no teto do mundo, ele é apenas visitado. O topo do mundo está descoberto e desabitado.

Apreciar esse flagrante do teto do mundo pode se tornar mais profundo se lembrarmos que mesmo o ponto mais alto de todos, o ápice do Monte Everest, com seus 8.846 metros, representa menos de um milésimo do diâmetro do planeta. Pinte uma bola de bilhar com uma fina mão de tinta, e esta mão de tinta terá o dobro da altura do Everest — se a bola de bilhar fosse do tamanho da Terra.

O cobertor da pequena mistura de atmosfera presa à gravidade terrestre que mantém uma frágil e instável quantidade de umidade representa tudo aquilo que consideramos como o mundo em que vivemos. Uma mão de tinta em uma bola de bilhar tem o dobro da espessura desta fina camada de mundo.

Candomblé é proibido em Piracicaba-São Paulo

No interior de São Paulo a assembléia de Inquisidores Evangélicos passou por cima da Constituição que garante aos brasileiros liberdade religiosa e aprovou por unanimidade uma lei proibindo a prática do candomblé, religião essa que é brasileira por criação. Lá em Piracicaba/SP os seguidores desta religião terão que ir a outro município para professar sua fé ou pagarão multa no valor de R$ 2.000,00 e R$ 4.000,00 se houver reincidência. Vereadores de vários partidos se sentiram a vontade para aprovar esta lei sob o comando do prefeito psdbista Barjas Negri.

Hoje é o Candomblé, amanha pode ser o Kardecismo, Budismo ou Taoísmo. Já temos notícias de que comerciantes que se declaram ateus estão sofrendo boicotes comerciais silenciosos de clientes, fornecedores e distribuidores, incentivados por pastores e congregações. É hora de Ateus, Espíritas e Umbandistas se unirem contra esta Teocracia doentia e perigosa.

Continue lendo sobre Candomblé é Proibido em Piracicaba.

Uma Stripper na Maçonaria?

Um vídeo tem se multiplicado na internet com imagens onde se vê uma mulher dançando em Loja Maçônica. Uma das versões que foi publicada com título em inglês é “Freemason “Ritual” Leaked Footage“, e há uma com o título em português: “Ritual Maçom c/ Sacerdotizas Striper” (assim mesmo, escrito com as concordências gramaticais aprendidas na Biblia).

Veja a explicação e o debate sobre isso no blog “No Esquadro“.

SKYZONAMÍDIA, por Rodivaldo Ribeiro [#001]

Para pensarem durante a semana.

1 – Adorar o House não faz de você um gênio; não é imitando a atitude dele (sendo babaca e arrogante) que você vai se tornar um.

2 – Pregadores evangélicos são tão ridículos quanto pregadores de ateísmo, marxismo, socialismo ou o caralho que o parta;

3 – Não, ditadura não é aceitável, seja em Cuba, no Afeganistão, no Iraque, na Rússia ou no caralho que o parta novamente;

4 – Essa história de que o governo atual rouba menos porque é mais fiscalizado e por isso aparece mais os desmandos é conversinha fiada de quem dele se beneficia. O país avançou devido a um movimento da indústria, do comércio e da própria dinâmica da economia que já data de pelo menos 40 anos, a saber, o início da industrialização de fato do país, rural durante séculos;

5 – Não são só ALGUNS religiosos que se acham iluminados por Deus, portadores de algo mais especial que os demais seres humanos (em uma certeza tola, mas ainda assim transcendente). TODO comunista/marxista que eu conheço ou conheci sofre da mesma doença adicionada por uma bem pior: a certeza da infalibilidade da sua doutrina (ainda que esta seja material, imanente), de seus preceitos éticos, da sua própria moral, que muda toda hora, ao sabor da conveniência dos companheiros. Exemplo prático: adoram falar em democracia quando se trata de eleições ou de defender medidas regulatórias pra imprensa, mas cospem com raiva no prato sempre que o regime cubano é questionado.

6 – Você não é contratado do Pânico nem do CQC, seus amigos NÃO são celebridades, portanto, você não precisa ficar fazendo babaquices pra expô-los (colocando videozinhos e fotos vexatórias na internet). As piadinhas internas do seu grupo são engraçadas só pra você e seu grupo, guarde-as pra si;

7 – Devido aos mesmos motivos do item 6 e também por causa do item 1, é simplesmente falta de educação ficar falando tudo que vier à sua cabeça aos seus amigos e conhecidos (especialmente via redes sociais). Você não estará demonstrando inteligência nenhuma sendo mal-educado e grosso com os outros. São tempos confusos estes, pois celebridades são criadas de maneira instantânea, entretanto, convém não esquecer que elas são desfeitas com a mesma velocidade e, quando caem, nem uma
folha levanta do chão e, na maioria das vezes, a tal celebridade não ganha um tostão sequer com isso.

Sugestão bibliográfica para um debate produtivo (não encham antes de ler):
– O 18 Brumário do amado Karl Marx dos comunistas;
– Ciência e Política, Duas vocações, do Max Weber;
– Verdade – Um Guia para os Perplexos, do Simon Blackburn;
– Passado e Presente – do Antonio Gramsci (que, ironicamente, acabou levando a tchurminha, geralmente universitária, de 1960 pra cá a achar que todo tipo de sacanagem é válido para chegar à tal revolução sem armas – que eu, particularmente, desconheço e desacredito – dentro do poder constituído, mas que serve pra alguma coisa quando a questão são suas ideias aplicadas à pedagogia do ensino público);
– Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo – também do bom e veio Weber;

Quer ter conhecimento? Esse jamais existiu sem sofrimento e isolamento, portanto SOFRA! Esse problema, nem o Google resolve pra você, filhão.

Por Rodivaldo Ribeiro.